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Imagem retirada da internet somente para ilustração, no texto original a mesma nào existe., link aqui. |
Ótimo artigo escrito pelo jornalista Celso Ming, aos super "oPTimistas" de plantão. Vale a pena ler e compartilhar.
22 de fevereiro de 2013 | 20h00
Celso Ming
Uma inflação alta demais e a rápida deterioração das contas
externas são manifestações do mesmo fenômeno: consumo elevado demais,
não acompanhado por aumento proporcional da produção interna.
A inflação tem tudo para se manter acima de 6% ao ano nos próximos
meses. O governo Dilma assegura que, no segundo semestre, esse número
ruim será revertido. No entanto, não está claro como e se isso
acontecerá de fato. Por enquanto, o governo espera uma virada mais ou
menos espontânea. Há razões para acreditar em que, também nesse caso,
somente boas intenções não bastarão, como ficará mais bem exposto na
próxima Coluna.
A piora das contas externas ficou demonstrada pelo aumento recorde do rombo nas Contas Correntes.
(Apenas para refrescar a memória, Contas Correntes ou Transações
Correntes é o fluxo de pagamentos e recebimentos com o exterior em
mercadorias, serviços e transferências, que é aquele dinheiro que as
famílias mandam ou recebem de quem trabalha ou estuda lá fora. Excluem
os fluxos de capital em empréstimos e investimentos.)
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel,
apressou-se em explicar que as contas externas de janeiro vieram
inchadas demais porque parte das importações de dezembro, especialmente
de combustíveis, foi descarregada no mês seguinte, por decisões
burocráticas que tiveram cheiro de embelezamento dos números de 2012.
Esse efeito estatístico tem menos importância. O fato relevante é que as
importações medidas em 12 meses (até janeiro) dispararam 14,6%,
enquanto as exportações caíram 1,1%. (grifo meu).
Refletem elevação do consumo interno (de mais de 8% em 12 meses) que a
oferta interna não tem sido capaz de acompanhar. Daí esse forte aumento
do suprimento externo.
A surrada tese de que o mau desempenho do comércio com o resto do
mundo é consequência “do câmbio fora de lugar” não consegue convencer.
Entre março e dezembro de 2012, o câmbio proporcionou desvalorização do
real (alta do dólar) de 20%, sem que o ajuste tenha se refletido no
resultado.
Esse diagnóstico não é da oposição ao governo, é do Banco Central. Na
última Ata do Copom, a autoridade monetária advertiu que o baixo
crescimento econômico do País não é desdobramento da falta de demanda
(ao contrário, está aquecida demais), mas da insuficiência da oferta.
Essa, por sua vez, é o resultado da falta de investimentos e do elevado
custo de produção, que vem tirando competitividade da indústria.(grio meu)
Por enquanto, o rombo nas Contas Correntes continua sendo
generosamente compensado com a entrada de Investimentos Estrangeiros
Diretos (IED). Mas, mesmo sobre esse item, começam a piscar luzes
amarelas. Os números de janeiro (entrada líquida de US$ 3,7 bilhões)
ficou aquém do esperado. Ainda é cedo para dizer que a deterioração da
percepção que os analistas internacionais têm sobre o Brasil prejudica
os IEDs. Mas é bom ficar de olho.
link original: http://blogs.estadao.com.br/celso-ming/.
2 comentários:
Quanto ao pré-sal é de surpreender que com uma das tecnologias mais avançadas do mundo o Brasil apresente este quadro que você mostrou no texto apresentado. Pena.
É brincadeira não é? O interessante é que li (não me lembro bem onde) que o Brasil (em 2013) já havia perdido sua autosuficiência. Porque? Falta de investimento, demanda aquecida e é claro um gigantesca venda de automóveis, motocicletas e afins. Isso só corrobora o que diz o americano.
Abração Zé!
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