Imagem retirada da internet. |
Ás
vezes gostamos de questionar os governos sobre o que eles fazem, ou deixam de
fazer em suas administrações.
Criticamos,
e a grande maioria de nós pouco ou quase nada faz para mudar esse estado de
coisas.
A
área social é a mais utilizada como palanque/trampolim eleitoral pelos governantes
ou pelos oportunistas de plantão, claro, utilizam-se muitas vezes da população
mais carente, sua massa de manobra para que possam difundir “seu poder” de
mudar a situação dessas pessoas.
Informação
totalmente inútil, pois os que mais necessitam, pouco se importam de onde vem a
ajuda, desde que venha.
O
caso é que não se operam milagres nessa área, verbas e ações são
meticulosamente definidas em reuniões e
conselhos. Milhares de pessoas entopem a máquina administrativa pública, para
tentar colocar um pouco de ordem no caos e fazer algo para aqueles que
precisam, possam ter algum conforto, alguma facilidade em sua vida muitas vezes
sofrida, se conseguem... é outra história.
“Grupo de
trabalho, é um batalhão de despreparados, reunidos por um desinteressado, para
fazerem projetos desnecessários”. Frase
atribuída á Art. Buchwald.
De
vez em quando, um ou outro escândalo, ou desvio de verba vem a tona, e quando
aparecem, causaram verdadeiros “buracos
negros” no erário público, engolindo literalmente, milhões e milhões de
reais, deixando do outro lado, um saldo negativo cada vez maior, nas área da
saúde, educação e principalmente da assistência social.
Falo
aqui também da assistência que prepara, forma, treina e capacita, inclui as
pessoas, para depois do primeiro auxílio, possam voltar á sociedade de cabeça
erguida, para exercerem seu papel como
cidadãos.
A assistência social que
só “dá”, é um tremendo engodo!
Domingo
(02/10) em minhas pedaladas pela
cidade, deparei-me com uma cena muito triste.
Uma
criança, com aproximadamente 5 ou 6 anos, maltrapilha, brincava em algumas árvores perto de uma avenida conhecida
aqui na cidade. Olhando mais atentamente vi que havia algumas árvores, e no
meio delas, uma pequena barraca, fiquei tentando imaginando quantos poderiam
estar ali dentro, e quais seriam as necessidades dessas pessoas.
Para
os mais afoitos, devo esclarecer que não são nômades, nem os conhecidos
ciganos, que perambulam pelas cidades com suas roupas coloridas, vários
adornos, e moram em barracas grandes e que de certa forma usufruem de algum
conforto, parecia apenas e tão somente aquilo que se via, ou seja; uma família
desalojada.
Continuei
a caminhada. mas a imagem teimava em aparecer na minha mente, incomodado, voltei
cerca de uma hora depois, ao lugar, e me
deparei com a seguinte cena:
-
A menina que disse ter visto, brincava com outra um pouco maior, a mãe tinha mais
uma criança no colo, e ao seu lado uma outra menina maior que as outras duas.
Chegando
perto, avistei o pai que vinha com um feixe de lenha para acender o fogo, que
cozinharia a comida (?). Fui ao seu encontro, começei a conversar com ele e aos
poucos, explicou o que fazia ali, entendi, e estarrecido, constatei através do
relato dele, que ninguém próximo onde eles estavam “alojados”, havia sequer
oferecido ajuda.
Se
os adultos erraram, ou erram, devem sofrer as consequências, mas submeter
crianças indefesas a aquela situação, é amoral, desumano, indigno e ultrajante! É claro que dentro das minhas possibilidades
fiz algo, e isso, não vem ao caso, mas nesse espaço resolvi relatar o meu
repúdio, pois, quando nos dispomos a apontar falhas, devemos ter em mente, que somos diferentes, pois se ignorarmos esse tipo
de situação real e ultrajante a
dignidade humana, em que seremos melhores a aqueles que nada fazem?
Depois
disso, passei todos os dias na avenida que dá acesso a aquele lugar, para
verificar se a família ainda estava lá, e aliviado constatei que no dia 05/10 antes do almoço, haviam saido de
lá, com sua sina, suas crianças, e a sua barraca.
Para
onde foram? Segundo o pai, eram de Santa Fé do Sul, e iriam à Sâo José do Rio
Preto.
Não
sei se há verdade nas explicações dele, não quero julgar, e o foco não é esse,
pois muitos adultos tem a malícia, a mentira como aliadas, mas os olhos das
meninas falaram muito mais que o pai, mesmo sem abrirem a boca.
Não
devemos julgar ninguém, sei que não sou melhor do que ninguém, mas cada vez que fecharmos os olhos nada veremos, e situações
assim, continuarão a existir em toda a parte, até mesmo, quem sabe, ao lado da sua casa.
Alguém
espera por algo, e nada tendo, esse algo poderá ser qualquer coisa, inclusive aquilo
que você ignorava ter. Mas e você, espera pelo que, por quem? Tomara que não
seja por ninguém, pois se assim for, você agirá, e agindo, alguém se beneficiará
do seu gesto e quem sabe, com muita sorte, esse gesto não se multiplica
terminando com a espera de alguém.
Pense
nisso!
8 comentários:
Como já disse alguém,pensar é preciso. Pensando o homem fica indignado,age, muda o mundo,
Grande Zé! Obrigado pela participação, grande abraço meu amigo!
lI QUE ME PEDE PERMISSÃO PARA COLOCAR UMA LETRA DE MÚSICA EM UM DOS MEYUS TEXTOS....ma que permissão, o meu caro,
É uma honra recebê-lo por lá,
Amigo Paulo, a cena que você descreveu da família morando em condições precárias sob uma árvore, é o que mais vejo na minha cidade natal. Todos os dias proliferam novos moradores de rua.
Fico penalizada e me entristeço vendo-as nessa situação, porém, sei que na maioria são migrantes em busca de um sonho que raramente conseguem realizar. Quando essas pessoas chegam em centros urbanos, se deparam com o alto custo da moradia, transporte e alimentação e nem sempre conseguem um emprego, pois não tem qualificação profissional.
Responsabilizo o Estado, porque este, sim, tem o dever de garantir o mínimo de dignidade ao cidadão no seu local de origem, para que ele não saia de sua cidade e se torne um "marginal" - entenda-se aqui a expressão marginal como sendo alguém que vive à margem da sociedade.
Os desvios de "rios de dinheiro" pelos "pseudo-representantes do povo" poderiam ser investidos para erradicar, de fato, a pobreza, a fome e, consequentemente, esse tipo de marginalidade.
Faço caridade, mas também pago pesados impostos!
Meu forte abraço,
Yolanda
Yolanda, que suas palavras ecoem,e que mais e mais cidadãos enxerguem o quanto o Estado é leviano com seus cidadãos, mas não o é na propaganda; afinal "PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA".
Abração!
Valeu, Grande Zé!
Obrigado então, rs...
Amigo Paulo:
O título do seu artigo é os "invisíveis aos olhos". Engraçado, esse povo nunca foi invisível para mim, costumo vê-los onde passo.
Sempre fico pensando: por que cargas d'água uma alma escolhe uma encarnação dessas?! É sempre triste ver essas pessoas, mas foi escolha delas, embora não tenham consciência disso.
Eu torço para que um dia os governantes deste país os enxerguem também.
Muito boa a sua reflexão.
abraços
Espero que sim Atena!
Grande Abraço!
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