Imagem retirada da internet, no endereço: lerparacrescer.folharegiao.com.br |
Essa semana tomei conhecimento de um projeto desenvolvido há 17 anos em Araçatuba junto as escolas municipais e particulares, com vista ao desenvolvimento da leitura e da inclusão de jovens ao universo da informação e do conhecimento.
Trata-se de um projeto antigo oriundo dos EUA, criado lá no ano de 1930, tendo sido implantado no Brasil em 1980 e em Araçatuba em 1994.
Achei super interessante a idéia, pois além do cunho social traz em seu bojo a possibilidade de inserir o estudante no cotidiano da cidade em que vive, desenvolvendo nele o gosto pela leitura.
Transforma os estudantes em cidadãos conscientes, críticos e voltados aos acontecimentos da coletividade, e conseqüentemente daquilo que acontece em seu estado/país.
O projeto em questão é desenvolvido pelo Jornal Folha da Região de Araçatuba.
Resolvi falar sobre ele, não no intuito de divulgar o Jornal, até porque pela circulação e pelos anos de existência em nossa cidade não precisaria disso, mas o que me motivou a fazê-lo foi a iniciativa de inserir esses jovens no dia-a-dia da sua comunidade.
Resolvi falar sobre ele, não no intuito de divulgar o Jornal, até porque pela circulação e pelos anos de existência em nossa cidade não precisaria disso, mas o que me motivou a fazê-lo foi a iniciativa de inserir esses jovens no dia-a-dia da sua comunidade.
Precisamos de cidadãos críticos, pensantes, atuantes na comunidade em que vivem.
A mídia como um todo tem esse papel, mas, é necessário entender o que se lê, feito isso, torna-se obrigatório desenvolver um raciocino lógico, criticar essa informação, pois nem tudo que se lê corresponde exatamente aos fatos, sempre há alguma interferência daquele que escreve, daí a necessidade do senso crítico.
Para isso, e como parte integrante do projeto é disponibilizada uma assinatura diária gratuita e mais 20 exemplares do jornal (semanalmente) para cada unidade escolar, para que sejam desenvolvidas atividades com os estudantes, são realizadas ainda, visitas monitoradas aos professores e alunos, com a divulgação semanal das atividades desenvolvidas pelas escolas em página específica do Jornal. Vale a pena dizer ainda, que os professores também são capacitados para que se tornem mais um facilitador nesse processo, aumentando assim, a interação projeto / professor / aluno.
A coordenadora do projeto em Araçatuba é a Sra. Ayne Regina Gonçalves Salviano, com quem mantive contato, e gentilmente colocou-se a disposição para orientar-me em relação ao projeto e a esse post, desde já agradeço e torço muito para que os objetivos propostos sejam alcançados, melhorando a nossa educação formal e mais do que isso, melhorando e implementando em nosso meio, a noção de cidadania em nossas crianças, futuros cidadãos.
Pensei então, em dar voz á Sra. Ayne Regina, para que possamos entender melhor o projeto:
1. Qual a sua formação? E há quanto tempo coordena esse projeto?
R: Sou jornalista e professora. Sou mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP e especialista em metodologia didática do ensino superior. Coordeno o projeto na Folha desde o segundo semestre de 2010. Antes de mim, quem cuidou do trabalho por 16 anos foi a professora Lúcia Piantino.
2. Qual é a sua maior dificuldade em relação à implantação? Existe alguma diferença na implantação em relação à clientela (escolas públicas/escolas particulares)?
R: Não tenho dificuldades para implantar o trabalho. A dona Ana Eliza (Assis Lemos Senche), diretora-geral da Folha, foi educadora por muitos anos e tem este trabalho como algo muito especial na empresa. O que fazemos é implantar as idéias e os projetos aos poucos para que escolas e professores possam conhecer, entender, aceitar e participar dos trabalhos. Quanto as diferenças, só tenho percebido que as escolas públicas, especialmente da rede municipal, estão se empenhando muito para capacitar seus professores, mas tenho educadores de todos os segmentos, inclusive de outras cidades: Birigui, Guararapes, Valparaíso, Bilac, entre outras.
3. O poder público tem ajudado? Disponibiliza ferramentas para que de fato o projeto se desenvolva?
R: A Secretaria Municipal de Ensino é uma parceira importante do Ler para Crescer. A diretoria de ensino está se preparando para formar os primeiros grupos.
4. Qual a receptividade dos alunos? Existem estudos que apontam que já houve uma melhor conscientização do jovem inserido, ou que já tenha participado do projeto?
R: Os alunos ficam encantados nas visitas monitoradas, adoram trabalhar com os jornais na sala de aula e, têm, sim, melhorado sua leitura, escrita e senso crítico, opiniões que não são minhas, mas avaliações periódicas com os educadores que participam do programa.
5. Pelo que entendi trata-se de um excelente projeto, que tenta resgatar a participação do jovem na sociedade, tornando-o crítico, atuante na sua comunidade, isso tudo usando a informação como ferramenta, em sua opinião qual seria uma ação complementar necessária do poder público para melhorar ainda mais os resultados?
R: Sim, trabalhamos com os princípios da educomunicação, que pretende dar voz e vez para a sociedade, que poderá ajudar a construir veículos de comunicação mais eficientes em busca da construção de uma sociedade mais consciente e justa.
Fique a vontade e escreva algo que considere importante nesse projeto aos leitores.
Quem somos
O Programa Ler para Crescer é uma iniciativa do jornal Folha da Região de Araçatuba que se fundamenta nos princípios da educomunicação para desenvolver um trabalho de incentivo à leitura e à cidadania por meio da democratização da informação, do fomento à Educação e promoção de ações sociais que ajudem a melhorar a sociedade.
História
A ideia de levar jornais impressos para as salas de aula como forma de incentivar a leitura, o aprendizado e a construção da cidadania surgiu nos Estados Unidos na década de 1930 e rapidamente se consolidou no mundo. No Brasil, a prática nasceu em 1980 com apoio da ANJ – Associação Nacional de Jornais. Em Araçatuba, o Projeto Cultural Folha da Região na Sala de Aula foi implantado em 8 de março de 1994 por Genilson Senche e Ana Eliza Assis Lemos Senche. O trabalho consistia na distribuição gratuita de jornais para atividades em sala de aula. Naquele primeiro ano, a Folha da Região trabalhou com quatro escolas do município atendendo 1.320 estudantes. Três anos depois, em 1997, expandiu suas atividades para 55 escolas, da cidade (35) e região (20) totalizando 41.938 alunos beneficiados. Até 2009, aproximadamente 400 mil estudantes e 3 mil professores estiveram envolvidos com o Folha da Região na Sala de Aula. Em 2010, o projeto passou por uma reformulação. Começou a atender professores e alunos do ensino Básico ao Superior. Foi iniciado um novo modelo de formação continuada para professores, com aulas teóricas e práticas. Vinte e seis escolas foram atendidas, com 1 mil professores e 15 mil alunos beneficiados. A partir de 2011, novas iniciativas estão previstas, entre elas visitas monitoradas, oficinas, palestras, workshops, concursos e publicações que servirão de apoio didático, tanto na Folha da Região e como na internet (http://lerparacrescer.folhadaregiao.com.br).
Proposta
O Programa Ler para Crescer objetiva usar o jornal como recurso didático e pedagógico em ambientes socioeducativos para estimular o gosto pela leitura, contribuir para a formação de cidadãos leitores conscientes e participativos; e estimular crianças, jovens e adultos a se posicionarem diante dos fatos da sociedade, de preferência, produzindo conteúdos midiáticos, fotografias, textos e filmagens que poderão ser reproduzidos em veículos de comunicação.
Objetivos
- Oportunizar o acesso ao meio jornal para todas as camadas da população e, assim, democratizar a informação;
- Desenvolver o gosto pela leitura e, dessa forma, propiciar o estímulo ao prazer de ler;
- Valorizar a informação como instrumento de construção da cidadania;
- Contribuir para um aprendizado mais pleno da leitura e da escrita;
- Incentivar a compreensão do mundo e do exercício da cidadania;
- Criar alternativas para expressão de atitudes cidadãs por parte dos leitores diante das informações veiculadas;
- Colaborar com a dinamização do currículo escolar;
- Ampliar a capacidade de reflexão, verbalização e organização de ideias dos alunos; e
- Propiciar o relacionamento entre grupos e o desenvolvimento da autoestima.
Ações
O Programa Ler para Crescer oferece uma assinatura gratuita do jornal Folha da Região para as escolas participantes; cada um delas também recebe – semanalmente - um pacote com 20 exemplares para atividades em sala de aula; publicação semanal de matérias sobre ações do programa desenvolvidas pelas unidades escolares em página especial da Folha da Região; visitas monitoradas para professores e alunos; cursos de formação continuada para professores; palestras; workshops; oficinas; seminários e concursos culturais.
Público-Alvo
Escolas da rede pública (municipal e estadual) e particular, do ensino fundamental ao superior. Instituições, organizações, associações e entidades que desenvolvem atividades socioeducativas, segmentos específicos como educação de jovens e adultos, educação especial e ensino profissionalizante, e instituições de ressocialização.
Como participar
Os interessados devem entrar em contato com o Programa Ler para Crescer da Folha da Região pelo telefone (18) 3636-7814 ou pelo e-mail lerparacrescer@folhadaregiao.com.br. As atividades do programa serão desenvolvidas de fevereiro a dezembro de cada ano. Para participar, as escolas devem capacitar pelo menos um novo professor a cada ano.
Compromissos Básicos das Unidades Participantes
- Inclusão do Programa Ler para Crescer da Folha da Região no Projeto Político Pedagógico da escola;
- Manuseio diário do jornal do dia pelos educadores (na sala dos professores e depois biblioteca ou “cantinho da leitura”);
- Utilização da coletânea semanal de jornais com objetivo pedagógico e de incentivo à leitura;
- Colocação dos exemplares da coletânea à disposição dos envolvidos, em local adequado, organizado e identificado, para acesso à leitura;
- Divulgação de textos publicados pela Folha da Região no mural da escola;
- Registro das atividades por meio de relatórios e fotografias que devem ser encaminhados periodicamente para a coordenação do Programa Ler para Crescer para divulgação na página e no blog;
- Comparecimento, sempre que possível, às reuniões e encontros durante o ano letivo em datas pré-definidas pela coordenação dos trabalhos para esclarecimentos dos trabalhos.
Rua Joaquim Fernandes, 445 – Jardim Nova Iorque – Araçatuba/SP
16018-280. Tel. (18) 3636-7814. E-mail: lerparacrescer@folhadaregiao.com.br
São atitudes como essas que devem ser incentivadas e levadas a cabo não só pelo poder público, enquanto cidadãos temos a obrigação de apoiar e divulgar, parabéns á todo pessoal envolvido no projeto!
5 comentários:
Parabéns a todos os envolvidos! Ler é a ponte, a melhor travessia, a única porta de saída realmente transformadora na vida de uma criança. Como educadora e escritora aplaudo, de pé, um projeto como esse. Forte abraço e parabéns pelo post.
Obrigado pela visita Maria Tereza, você como educadora melhor do que ninguém sabe como são os "caminhos das pedras", o fato é que temos que divulgar tudo que é bom e bem feito. Grande Abraço!
Paulo:
Achei bárbaro. Os objetivos são perfeitos!
Vou dar tratos á bola pra ver como passar esta informação a algum jornal de minha cidade. Esta é uma iniciativa que deve ser copiada.
Engraçado que esta semana depois de ficar muito p. da vida com um vandalismo que houve num parque daqui fiquei novamente pensando que as escolas deveriam ter a matéria CIDADANIA no currículo.
Como sou metida mesmo, enviei uma mensagem com esta sugestão aproveitando o blog do Planalto. Nem sei se chegará ao conhecimento da Presidente, mas pelo menos fiz a minha parte.
Sou muito utópica? rsrs
Parabéns pela matéria. Valeu e muito.
abração
Atena, fiquei contentíssimo com a sua sugestão e disponibilidade, e acredite de utópica você não tem nada, o caminho é esse, eu também acredito que Cidadania deva ser ensinada,afinal, que lições os pequenos tem vendo nossos políticos não é?
Obrigado e divulgue sim, o e-mail da Ayne (que é super gente boa) tá no post!
Obrigado.
Grande e fraterno abraço!
A iniciativa é muito boa. Recentemente vimos na TV uma reportagem em que mostrava que os alunos não sabiam ler, mesmo estando na escola.
Você sabe se os resultados desse projeto estão sendo bons em sua cidade, melhorou a leitura?
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