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12 de mai. de 2013

Recordações. E a vida continua...




As recordações invadem minha alma,
Nem sempre foi assim,
Seu sorriso fácil suas boas-vindas eram para mim
Um alento, um lugar no paraíso.

Lembro-me da sua preocupação,
Do seu “estar-se solidária”,
Do receber-me no portão,
Do seu perguntar, do seu exigir do amor que teima em “controlar” tudo em minha vida,
Você não sabia, mas dessa forma mesmo relutante, sentia-me protegido, seguro, amado,
As despedidas eram breves e alegres, no outro dia eu sabia que próximo a ti estaria.

Você nada exigia apenas e tão somente você queria,
Participar estar junto aos seus,
Minha alegria era infinita, imensurável como o tempo,

A vida muda, os caminhos por capricho do destino,
São reescritos, coadjuvantes que somos nessa vida,
Não nos cabe mudar o destino, apenas cumpri-lo.

A vida não parece justa, nem tão pouco bela
Não bastava ter tirado uma da minha vida foi mais cruel, foi além,
Conseguiu duas tirar,


Primeiro a minha querida irmã um carcinoma a levou,
A vida parou para que eu respirasse  por longos 10 meses. Outra tacada vil, dessa vez minha Mãe foi "levada" logo ela que era o sustentáculo para a tempestade que enfrentávamos. 

Não pensei que um dia seria assim,
Não imaginava o quão finita poderia ser a existência,
E como a vida poderia ficar sem sentido,
Sinto falta do seu abraço, do seu sorriso da cumplicidade que existia,
Hoje homem feito ainda procuro nas minhas recordações um pouco do seu colo, da sua proteção.

Não encontro mais esse lugar, existe apenas um enorme vazio,
Sei que você descansa plácida, inerte,
Estando viva apenas em minhas memórias,
No seu túmulo apenas um nome,
Um conjunto de letras cujo significado aos outros,
Parece tão igual, tão comum.

Eu tenho me perguntado:
_E agora por onde,  e como recomeçar?

Vou caminhando querida irmã e mãe teimando com a saudade e   em alguns momentos plagiando o grande poeta Cazuza dizendo a mim mesmo: "A vida não para", 
Vivas estão em minhas memórias.
  
-Querida Mãe, e irmã!
Não sei se nos encontraremos um dia, se isso acontecer abraçarei-as olharei dentro  dos seus olhos, e direi à vocês,

Que falta vocês fazem!

As minhas queridas e amadas irmã e mãe, falecidas em 2004.

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